20 de julho de 2011

Resenha de Jéssica Balbino

GRANDES LIVROS - Resenhas de Jéssica Balbino

A Rainha do Cine Roma
Autor Mexicano diz mais sobre o Brasil. Uma obra que emociona

por Jéssica Balbino



O melhor livro que li nos últimos tempos. Essa foi a sensação que fiquei quando cheguei no ponto final do romance “A Rainha do Cine Roma”, de Alejandro Reyes.
O mexicano que viveu em países como Estados Unidos e França conhece mais sobre o Brasil do que os nascidos nas terras descobertas por Cabral. E mais, escreve, com tanta propriedade, em sua literatura marginal, que tira o fôlego. Um livro preciso, direto – sem ser óbvio – triste, mas não sem deixar um rastro de esperança a cada novo acontecimento.
Na orelha, o veterano Ferréz avisa: “Alejandro Reyes prova, de uma vez por todas, que a dor é a maior escola que existe”. É verdade. As histórias de Betinho e Maria Aparecida, duas crianças que receberam do destino o pior que a vida poderia dar, se fundem com as nossas histórias, do dia-a-dia, da falta de sorte – ou seria excesso de azar? -.
Um livro forte. Que te faz mais forte. Duro, cru e cruel. Mas, real. Assim como a literatura marginal, periférica ou seja lá o nome que quiserem dar a quem fala dos excluídos, dos que vivem, como Betinho e Maria Aparecida, se alimentando com restos, dormindo em locais fétidos, em meio a ratos e baratos e que são obrigados a conviver com todo tipo de dor, abuso, e fragilização.
Duas crianças que ninguém – tampouco o sistema – jamais protegeu e que se amam, acima de tudo. E é esse amor que as faz chegar ao ponto final do livro, que sabemos não ser o ponto final de suas vidas e desgraças.
Mas há histórias felizes, de alegria, esperança, diversão e amor. Sim, amor, mesmo nas ruas de Salvador, uma cidade com todas suas cores e loucuras, exatamente como é mostrada no livro.
Alejandro Reyes é de uma escrita impecável. Com o português direto e sem firulas, nos mostra um mundo que, com frequencia, tentamos não ver. Aliás, nos esforçamos para escondê-lo, mascará-lo.
Amores proibidos, verdades, mentiras, noites de sexo louco, dias de lágrimas intermináveis, muitas horas – ou dias – sem comer e somente uma coisa: a esperança de dias melhores. Afinal, são duas crianças que não querem muito: apenas ficar juntas, num lugar que não cheire mijo e não tenha ratos por perto. Ah, e que não sejam agredidas simplesmente por morarem na rua.
Entre os inúmeros que já passaram pela minha mão neste ano. O melhor. Tão bonito quanto a Rainha do Cine Roma se tornou na minha imaginação.


Jéssica Balbino
Jornalista
www.jessicabalbino.blogspot.com

19 de janeiro de 2011

Blog do Peu: A Rainha do Cine Roma

Publicado em Blog do Peu


Este livro pra mim é como um dos filmes do Felline, não acaba, ele continua, porque a própria vida não acaba, idependente da sua presença aqui ou não. Tudo continua como sempre continuou antes de vc chegar, e vai continuar depois de vc sair.
Pra quem gosta de tragédias gregas, taí boas estórias de tragédia dentro desse livro, uma mais macabra que a outra.
A dor, linha por linha, o flagélo humano, o homem nada, a esquina mais sórdida da sociedade. Haja coração...
No meio desse lixo todo, existe uma rainha, a Maria Aparecida é a Rainha do Cine Roma. Uma bela criança maltratada pela vida, durante todo seu caminho, maus tratos e humilhação. Contudo se você gosta de humanidade, não tenha medo, vá direto, talvez você se depare com os momentos mais humanos da sua vida, ali diante da loucura, da miséria, da pior dor do mundo.
Me lembro de ter visto coisas assim num livro que não tem nada a ver com o papo, É isto um homem? livro de Primo Levi, conta seus dias de prisão em Auschwitz, alguns vão dizer que estou exagerando, mas não estou não, porque estou falando do sentimento que move a paixão do homem pela vida, e isso vai sempre exister em nós enquanto formos humanos, creio e boto fé.
Li A Rainha do Cinema Roma em poucos dias, chorei um bocado e sorri muito também. Tive interesse no livro quando estava no Sarau do Binho e o autor Alejandro Reyes, estava apresentando seu livro e contou um pouco do que o levou a escrever o livro e de sua vida. Foi um depoimento marcante pra mim, achei aquele cara de uma coragem, fiquei numa admiração que só vendo. O livro é um tanto biográfico, mas não sei até onde vai isso. Vale muito apena ler!!!

18 de janeiro de 2011

Zé Sarmento

Publicado no Blog do Zé Sarmento


Meus camaradas das quebradas, este livro é o máximo.O escritor mexicano Alejandro Reys que conheci no sarau da cooperifa,está me levando a viajar pela cidade de Salvador e sentir-me cada vez mais com nojo da sociedade excludente.Personagens sofridos, esquecidos, desqualificados pela sociedade abastada, que exprimem seus sentimentoe e emoçoes a flor da pele para ver se se entende como gente.Ainda tou em menos da metade do livro, mas sei que logo ele me levará a última página.É imperdível a "Rainha do Cine Roma", uma pancada nos culhões, uma facada no abdomêm, uma paulada na cebeça!