27 de maio de 2015
Digna Raiva - A Gramática da Ira
Por Alejandro Reyes
Quando eu li o manuscrito da Gramática da Ira do querido mano Nelson Maca, um ano atrás, acabavam de matar um amigo e companheiro, lutador jovem cheio de garra e de esperança, membro de uma comunidade indígena em resistência contra os projetos de morte cá em Chiapas, no México; assassínio covarde na porta da sua casa, na frente de um dos seus filhos.
Foi, portanto, com a Gramática da Ira que eu escrevi estas linhas em forma de carta, que agora, um ano depois, na véspera do aniversário da morte de Juan Vásquez, eu reescrevo. A leitura do livro do Maca naquele momento, como agora, foi a rima perfeita com a gramática do meu espírito: ira conjugada com amor, escrita com a caligrafia da dignidade; conjunção de indignações que atravessam o continente, vinculando cores e vidas e formas e resistência perante os racismos múltiplos e as tantas formas de desprezo e exploração.
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